Morte e Julgamento (CC)
(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)
1 - Introdução
Recebi dum irmão do Brasil, em Março
de 2008, a seguinte mensagem:
Gostaria de fazer uma pergunta que tem
muito me tirado o sono. Como o Senhor encara a morte e o Julgamento?
Eu perdi meu sogro no fim do ano
passado e digo para o Senhor, não tive muitos argumentos para falar com minha
esposa. A única coisa que disse foi que existe um motivo para ficarmos felizes,
pois o Julgamento de Deus não é como o nosso “implacável” julgamento e que o
Julgamento de Deus é o único julgamento perfeito.
Fico à espera, pois está muito
difícil encontrar pessoas que escrevem sem serem tendenciosas.
Como interpretar a pergunta deste
irmão, membro duma igreja evangélica no Estado de São Paulo, onde certamente
não faltarão muitas igrejas evangélicas, pessoa já com certa preparação
teológica, experiência e conhecimentos? Porque não dirigiu a pergunta ao seu
Pastor mas preferiu enviá-la para o outro lado do Atlântico?
A pergunta foi dirigida a mim que sou
crente em Cristo e só em Cristo, e que não prescindo de raciocinar livremente,
liberto das tradições, dogmas e superstições católicas ou evangélicas, pois
acredito no Deus supremo a quem Cristo ensinou a tratar por Pai, pois é o Pai
de toda a humanidade, cuja revelação ao homem não pode ser
monopolizada por qualquer igreja nem limitada às páginas da Bíblia, onde
por vezes, no Velho Testamento, é revelado um deus regional, um deus da tribo
ou da cidade ou de determinado povo, que como todos os deuses regionais, luta
pelo seu povo, contra todos os outros povos. Portanto, não me posso considerar
católico, por não crer na infalibilidade do Papa, nem protestante, muito menos
evangélico, pois estes acreditam, e tentam seguir ao mesmo tempo, a Deus Pai e
ao deus de Moisés. Por vezes, lembro-me de Mateus 7:18/21. Se o critério é este…
então, quais os frutos que tem produzido a maior parte das igrejas evangélicas
que se limitam a apresentar os seus cânticos e explorar os mais pobres com as
contribuições que exigem?
A morte é na verdade um assunto pouco
divulgado nas pregações e escolas dominicais das igrejas dos nossos dias. Nem
nas igrejas protestantes, nem católicas e muito menos nas evangélicas, tenho
assistido a estudos ou pregações sobre a morte, pelo que, nessa altura, em
Março de 2008, eu aceitei que essa crítica era também aplicável a esta minha
página na internet onde não tinha nenhum artigo que abordasse o assunto da
morte, pelo que tentei publicar alguns artigos sobre este assunto.
Assim, na secção dos “Estudos Fundamentais” já colocámos o
estudo sobre a morte, de autoria do Professor Manuel Pedro da Silva Cardoso, com o título Há vida depois da morte (MC) que foi o mais desenvolvido
que publicámos na nossa página na internet em que, como Pastor Presbiteriano,
desenvolve o assunto não só com base na informação bíblica, como também outras
informações das ciências dos nossos dias.
Temos
também o artigo Morte (YA), do sufita islâmico Mahomed Yiossuf Mahomed Adamgy, que aborda o assunto com base no Alcorão.
Espero publicar outros artigos,
nomeadamente de pessoas ligadas à área da saúde, que possam complementar o que
já temos, com outras informações das suas especialidades, abordando o mesmo
assunto sob perspectivas diferentes.
Mas, depois dos bons artigos já publicados,
atrevi-me a remodelar este meu artigo sobre a morte e julgamento, incluindo
novas ideias que me surgiram, procurando meditar sobre a morte, na perspectiva
do leigo, sem as fronteiras da revelação dos livros religiosos, fazendo
referência a outras religiões sérias e milenárias e ao pensamento secular, pois
esta minha página na internet não se destina à evangelização ou doutrinação de
acordo com alguma escola doutrinária, mas à investigação do assunto sem
respeitar qualquer “fronteira teológica”.
Noto que os poucos artigos sobre a
morte, que encontramos na internet, são de autoria de religiosos, que como é
natural, abordam o assunto com base nas suas religiões, raciocinando dentro de
“fronteiras” bem delimitadas. Assim, tais artigos,
acabam por ter interesse somente para os crentes da mesma religião dos seus
autores e pouco dizem a quem for de outra religião, pelo que decidi convidar
outras pessoas que possam abordar outros aspectos, pois o assunto diz respeito
a todos.
Nas religiões que me foi possível
investigar, noto uma certa unanimidade em alguns pormenores, pois todas as que
conheço, falam na continuidade da vida:
No judaísmo, a vida após a morte era
rejeitada por algumas seitas, enquanto a sua maioria “tinha uma certa
esperança”, como diz o Pastor Cardoso no artigo que mencionei.
O cristianismo e o islamismo aceitam a
continuidade da vida, depois da morte, e a ressurreição. (a)
O Induísmo acredita na reencarnação ao
afirmar que quem nasce está condenado a
morrer e quem morre está condenado a nascer Bhagavad 2:27.
Também a religião do Velho Egipto,
assim como a religião da Babilónia (de onde saiu Abraão), falam do julgamento
após a morte, o que pressupõe pelo menos uma certa forma de “vida” depois da
morte.
O assunto “morte e julgamento”, que
este nosso irmão de São Paulo, no Brasil, me pede para desenvolver, é na
verdade assunto quase que “proibido” nas igrejas evangélicas que o preferem
ignorar apesar de ser tão importante na teologia cristã.
O irmão que me contactou, dá a entender que as respostas que recebe são
tendenciosas… Talvez tenha recebido respostas que o seu Pastor aprendeu no
Seminário e que ele próprio já conhecia antes, do seu Pastor lhe responder. Ou
ainda pior, posso imaginá-lo como pessoa que vai à sua igreja, interessado nos
grandes problemas da teologia, como a existência de Deus, a imortalidade da
alma etc, e encontra somente o habitual folclore
religioso com os cânticos de louvor e o apelo ao dízimo, pois é essa a forma de
pregação mais rentável. Parece que não é uma resposta com frases feitas, que
tão bem funcionam dentro duma igreja evangélica, com o seu pensamento
aprisionado na Bíblia o que o nosso irmão procura. Nem sequer procura uma
resposta “teológica” de acordo com a tradição da sua igreja, mas uma resposta
que continue a ter alguma aceitação em ambiente secular, como numa “conversa à
mesa do café”.
Assim, procuraremos neste artigo,
deixar alguns pensamentos privilegiando a revelação de Cristo, mas sem estarmos
limitados a estes textos, pois estamos também abertos ao pensamento de outras
religiões sérias e milenares, que possam dar algumas pistas de orientação ao
irmão que nos contactou, pois o Deus Pai é maior que a Bíblia e também Jesus o
Cristo, não está limitado ao cristianismo.
2 - Afinal,
o que é a morte?
Quando se fala da morte, referimo-nos
geralmente ao fim da vida humana, fim da nossa vida orgânica e início da
decomposição do nosso corpo. Inicialmente era considerado o momento da morte
quando o ser humano deixava de respirar. Mais tarde passou a ser quando o
coração deixa de bater. Actualmente, é o fim da
actividade cerebral. Mas até hoje o momento da morte,
parece não ser aceite unanimemente por toda a comunidade científica. Aqui
deixamos o incentivo aos nossos colaboradores ligados à área da saúde para
desenvolver estes assuntos relacionados com a morte.
Segundo a maior parte das grandes
religiões universais, nomeadamente a Bíblia, o ser humano é constituído por
corpo e alma, embora alguns façam diferença entre alma que vem da palavra grega
psych e o espírito que é geralmente a
tradução de pneuma, palavra que nos parece mais familiar quando nos
lembramos dos pneus dos nossos carros, que têm ar no seu interior. Na maior
parte das línguas a palavra ar, é utilizada para designar o espírito. Lembro-me
de que nas línguas africanas do sul de Moçambique, depois de cantar nas igrejas
“chela Moiá” que significa “derrama o teu Espírito”,
depois do culto terminar, muitas vezes, parava no abastecimento de gasolina e
tinha de repetir a mesma frase “chela moiá”, para
calibrar a pressão de ar nos pneus do carro. (b)
Os livros considerados inspirados
pelas várias religiões, não só nas religiões abraâmicas, como o Velho Testamento (canónicos) do judaísmo, ou o Novo Testamento do cristianismo, ou
o Alcorão do islamismo, apresentam
várias referências à alma que são bem conhecidas dos leitores da nossa página.
Mas não encontrei uma definição de alma, pelo que persiste a divergência entre
os que aceitam que o ser humano é só corpo e alma e os que também consideram o
espírito.
Só no Bhagavad Guitá do induísmo (a
religião mais antiga dos nossos dias), que não está tão divulgado entre os
leitores desta nossa página, e que defende a doutrina da reencarnação, encontro
uma definição da alma “atman” que na
tradução livre do Dr. Rajarama Quelecar
(Goa 1956) algumas vezes ficou mesmo a palavra “atman” e outras foi traduzido por alma. Posso citar Bhagavad 2:16/27 e Bhagavad 2:30 que
descrevem as características da alma. Também Bhagavad 9:30/32, Bhagavad 16:8/11 e Bhagavad 16:21 se referem à alma. É
possível que haja mais passagens sobre o “atman”
ou alma, mas foram estas que encontrei.
Esta divisão do nosso ser em duas
partes (ou três), é da teologia, ou das várias teologias, onde parece haver uma
certa unanimidade neste pormenor. Mas esta informação, pouco significado terá
para o ateu ou agnóstico, pelo que procuraremos também apresentar alguns
pensamentos que poderão ter interesse para estes, procurando raciocinar como
ateu e/ou como agnóstico.
Será a morte um inimigo, como afirma 1ª Coríntios 15:26, ou simples consequência da nossa existência?
Admitindo que existimos pelo menos em
duas partes distintas, vamos tentar meditar no que se passa com cada uma dessas
partes. O corpo, todos sabemos o que é. Quanto à alma,
nem todos aceitam a sua existência.
3 – Morte num contexto
religioso
As várias religiões, embora
discordantes em vários pormenores, têm alguns pontos em comum, como a
existência duma certa forma de “vida” após a morte e dum julgamento pelo
comportamento do defunto nesta vida.
A Bíblia e até o próprio Novo
Testamento é um pouco confuso neste assunto, embora os
“religiosos” não aceitem tal afirmação.
O Velho Testamento, pouca informação
nos dá sobre a morte e a vida após morte. Algumas seitas veterotestamentárias
do tempo de Cristo, como os fariseus, acreditavam na imortalidade da alma, mas
outros rejeitavam a imortalidade por falta de informação nas Escrituras, numa
época em que ainda não se tinha formado o cânon veterotestamentário e o Novo
Testamento ainda não tinha sido escrito.
No Novo Testamento a morte é um
problema teológico e fala-se muito na morte espiritual e morte física. Julgo
que foi a esta última que se referiu o irmão que me contactou.
O Alcorão, também fala na morte e
ressurreição, nomeadamente em Alcorão 3:185 - Toda a alma provará o sabor da morte e, no Dia da
Ressurreição, sereis recompensados integralmente pelos vossos actos; quem for
afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso, triunfará. Que é a vida
terrena, senão um prazer ilusório?
Também a antiga religião do Velho
Egipto, no seu Livro dos Mortos,
Cap. 125
cria que o coração do falecido seria “pesado numa balança” o que corresponde ao
julgamento final.
Assim, parece haver unanimidade entre
as religiões, desde a mais remota antiguidade, sobre uma certa forma de vida
após a morte e sobre o julgamento, embora possam divergir quanto a certos
pormenores.
Jesus deixou bem claro que haverá uma
ressurreição do nosso corpo físico e posterior julgamento final. Mas iremos
tentar responder ao irmão que nos contactou desenvolvendo os pormenores que
mais dúvidas tem levantado, ou seja:
Quando será essa ressurreição?
O que acontecerá ao corpo e à alma até
esse dia?
Se há uma “vida eterna”, certamente que essa informação nos suscita
muitos pensamentos. Talvez mais que a “não existência”, contra a qual reagimos
mais por instinto de sobrevivência do que por raciocínio, a “vida eterna” nos
suscite ainda mais preocupações:
Se há vida eterna, como será? Será o prolongar da velhice, cada vez com
mais problemas?! Será uma boa ou uma má notícia? Se alguém falecer aos 90 anos,
ficará nos 90 por toda a eternidade? Continuará a envelhecer?
Embora haja várias passagens bíblicas
neotestamentárias que nos fornecem alguma informação sobre o assunto,
infelizmente a maior parte, não são passagens didácticas sobre a ressurreição e
julgamento final. Muito se tem escrito com base nestas passagens, ignorando
que, de acordo com as regras da hermenêutica não é correcto basear uma doutrina
em passagens não didácticas e muito menos em parábolas cujo pensamento
principal trata de assuntos bem diferentes.
Vejamos em primeiro lugar, as Passagens
didácticas:
Embora sem desenvolver estas
passagens, faremos alguns comentários que nos parecem pertinentes para o
assunto de que estamos a tratar.
Eis aqui
vos digo um mistério.
O próprio apóstolo Paulo considerava este assunto como um mistério,
possivelmente por Deus nos ter dado somente algumas informações, pois não
sabemos tanto como desejaríamos. Teremos de nos contentar com o que nos foi
revelado pelas Escrituras e seguir o exemplo de Paulo, manifestando
humildemente que alguns assuntos ainda são para nós um mistério. Mas, não
estamos completamente às escuras, pois temos alguma informação.
Paulo falava para os crentes de
Corinto que esperavam a segunda vinda de Cristo para breve e parece que a preocupação
deles seria a sua própria situação, pois admitiam a possibilidade de alguns
deles não passarem pela morte para ressuscitar a seguir.
Num
momento, num abrir e fechar de olhos… A ressurreição dos mortos e transformação dos
que estiverem vivos serão instantâneas e ficarão com um corpo incorruptível.
Todos nós teremos de comparecer
perante o Tribunal de Cristo, com os nossos corpos físicos, para receber
segundo o bem ou o mal que tivermos praticado.
Não quero
que sejam ignorantes, a respeito dos que já dormem, é o que lemos no
versículo 13. Afinal, tal como nos nossos dias, parece que havia uma certa
indefinição, ou falta de informação “acerca dos que já dormem”, sendo essa
comparação da morte com o sono, muito vulgar nesse contexto cultural em que se
encontravam.
Julgo que a esperança dos cristãos, a
que Paulo se refere, não era somente a esperança na imortalidade ou pelo menos
na sobrevivência da alma após a morte do corpo, pois muitas outras religiões
dessa época aceitavam essa continuidade da actividade da alma. A esperança a
que Paulo se refere, não pode ser dissociada da ressurreição de Cristo e da sua
promessa de nos levar para junto dele.
Parece que a dúvida dos crentes de
Tessalónica não era propriamente a ressurreição, mas receavam que só quem
estivesse vivo na altura, assistiria à segunda vinda de Cristo, e a ressurreição
se daria a seguir, pois nesse caso, os mortos não assistiriam ao regresso de
Cristo.
É a essa dúvida que Paulo responde ao
dizer que aqueles que ainda estivessem vivos, entre os quais, Paulo admitia que
pudesse estar, não teriam nenhuma vantagem em relação aos que já tivessem
falecido, pois segundo os versículos 16 e 17, primeiro seria a ressurreição e
depois o arrebatamento final.
Outras passagens que costumam ser apresentadas:
Como podemos ver, pelo contexto deste
versículo, trata-se duma passagem histórica, em que Mateus descreve o que
aconteceu. Não há passagens paralelas. É estranho que os outros evangelistas e
os historiadores da época, nada digam sobre um acontecimento que certamente
teria um grande impacto, tanto em Jerusalém como no resto do mundo, se é que
foi um acontecimento mundial. Parece que nem o próprio Mateus dedica grande
atenção a este pormenor, que passa despercebido entre muitos outros pormenores
da sua descrição.
Trata-se da parábola do Rico e Lázaro,
pelo menos em minha opinião, pois lembro-me de alguns pastores pentecostais
dizerem que não se trata duma parábola, mas dum facto verídico, pelo facto de
Jesus mencionar o nome do pedinte, argumento demasiado fraco para se concluir
que estamos perante a descrição dum facto verídico.
Julgo que querem tornar essa passagem
num facto verídico, pois não é correcto basear uma doutrina numa parábola. Mas
tal interpretação causa mais problemas do que aqueles que resolve, pois se for
parábola, devemos atender somente ao pensamento principal, pois era essa a
interpretação dos ouvintes nesse contexto cultural em que Jesus viveu. Mas se
for um facto verídico, então, todos os pormenores terão importância, e podemos
perguntar: Será que Abraão é uma espécie de porteiro do Céu, com poderes
especiais? Será que quem estiver no Céu ou no Inferno, poderá avistar os outros
ao longe e poderão até conversar, desde que gritem, pois Lázaro teve de clamar
para falar com Abraão?
Só Lucas conta esta parábola que os
outros evangelistas não mencionam. Tenho um artigo sobre esta parábola em Rico e Lázaro (CC)
Aqui não aparece a palavra morte, nem
ressurreição, mas isto passou-se na época de Jesus e aparecem Moisés e Elias
conversando com Jesus.
Será que foi uma visão dos apóstolos?
Ou foi um acontecimento real?
Se Pedro, Tiago e João foram as únicas
testemunhas deste acontecimento, por que motivo nem as epístolas de Pedro, nem
Tiago mencionam este acontecimento que só é contado por Mateus que não esteve
presente? No caso de João, que escreve um evangelho, é ainda mais estranho que
tenha omitido este acontecimento tão importante.
Se Moisés e Elias apareceram
fisicamente, então não haverá dúvidas de que ressuscitaram, mas se Moisés viveu
cerca do ano 1200 AC e Elias cerca de 700 anos antes de Cristo e nessa época
não havia fotos nem pinturas desses antigos personagens, como é que os
apóstolos os reconheceram?
Mas o maior problema teológico, ao aceitar
todos estes pormenores, é que Moisés ressuscitou antes do tempo o que está em
contradição com a passagem que mencionamos em 1ª Coríntios 15:51/54.
Penso que não se tratou dum acontecimento
verídico, mas duma visão concedida aos apóstolos e como tal, a sua
interpretação deve ser idêntica à duma parábola. Devemos procurar o pensamento
principal que o Mestre lhes quis transmitir. Depois deles
terem ficado maravilhados com o aspecto de Jesus, os antigos personagens, a
nuvem e a voz que lhes falou…repentinamente tudo desaparece e fica só Jesus.
Que significa isto? Que mensagem podemos tirar daqui?....
Só Jesus é importante, só Jesus basta.
Que é que isto diz às igrejas dos
nossos dias, que buscam os imponentes edifícios, as elaboradas liturgias, os
grandes corais, as grandes multidões etc? Estão
esquecendo o principal, o importante, pois só Jesus é importante.
Tenho um artigo sobre esta passagem que podem ler em Transfiguração de Jesus (CC)
Esta é uma passagem histórica que se
destina a contar o que aconteceu. Não se trata duma passagem didáctica sobre a
ressurreição, mas contém uma afirmação do próprio Mestre que não deixa margem
para dúvidas. O malfeitor arrependido estaria com Ele nesse mesmo dia, no
Paraíso.
No meu artigo Seguir Jesus (CC), tenho umas referências a esta passagem.
No entanto, Jesus ressuscitou três
dias depois e só ao fim de vários dias ascendeu aos Céus.
Como conciliar todas estas
informações?
2º Macabeus 7:9 e 2º Macabeus 7:36
Trata-se de duas passagens históricas
ou descritivas do mesmo capítulo dum livro deuterocanónico, portanto rejeitado
por judeus e protestantes embora aceite pelos católicos.
Alcorão 2:259, Alcorão 3:185, Alcorão 29:57/58, Alcorão 32:11, Alcorão 50:40/45, Alcorão 62:6/8
Por estas passagens se vê que o
islamismo aceita a ressurreição e o Julgamento Final para recompensar uns e
condenar outros de acordo com as suas obras.
Sono da alma
Alguns teólogos defendem a teoria do
sono da alma, segundo a qual enquanto o nosso corpo se desfaz, a alma fica
inconsciente ao passar do tempo, até à segunda vinda de Cristo.
Mas afinal, o que é propriamente o
tempo? Segundo a teologia hindu, no Bhagavad-Guitá 11:31/32, Shri Crisna afirma:
Eu sou o Tempo, o destruidor do mundo; eis-me aqui para exterminar todos os
povos. Embora não sabendo propriamente o que é o tempo, sabemos que existe
e tem as suas leis, pelo menos no mundo em que vivemos. Ninguém, nem os grandes
impérios, nem as maiores obras construídas pelo homem, são eternas. Até as
pirâmides já não estão como no dia em que foram inauguradas, e com o tempo
acabarão por ruir.
Quanto ao sono da alma, que me parece
o único meio de conciliar a clara afirmação de 1ª Coríntios 15:51/54 com a promessa de
Jesus ao malfeitor que se arrependeu em Lucas 23:38/43, o Pastor da Igreja
Presbiteriana de Portugal Manuel Pedro Cardoso, no seu estudo Há vida depois da morte (MC) apresenta uma explicação no seu capítulo 8 -
Tempo e eternidade, cuja leitura aconselho.
4 – Morte num contexto secular
Penso que, o que escrevi até aqui, só
faz sentido para leitores que sejam crentes em alguma religião. Pelo que vou tentar
deixar alguns pensamentos que tenham algum sentido para agnósticos ou ateus,
embora também citando aspectos de algumas das religiões milenárias.
Tentamos evitar as duas posições extremas:
A posição dos fundamentalistas de qualquer religião, que se limitam a aceitar e
divulgar o que está no livro que consideram inspirado ou o que disse o seu
“infalível” e a posição oposta dos que só aceitam o que afirma a ciência dos
nossos dias. No passado, ambas as posições chegaram a conclusões que hoje nos
parecem ridículos e ingénuas, e certamente que no futuro o mesmo voltará a
acontecer.
Bem sei que isso será um escândalo
para muitos fundamentalistas, principalmente evangélicos, mas a esses aconselho
a não entrar na Estudos bíblicos sem
fronteiras teológicas
e a avisar a todos os seus conhecidos para que não entram na nossa página, que
não é, nem pretende ser, uma página evangélica, pois não está limitada à Bíblia
embora privilegie a pessoa de Jesus Cristo e respeite o direito à liberdade de
expressão e o direito à heresia, segundo o seu significado etimológico.
5 - O nosso corpo
No fim do capítulo 2, afirmámos que “o
corpo, todos sabemos o que é”.
Mas… será que sabemos o que é
propriamente o nosso corpo?!
A grande preocupação para muitos é a
decomposição do nosso corpo, que parece inviabilizar toda e qualquer forma de
vida futura. Muitos têm uma grande preocupação em serem enterrados na aldeia
onde nasceram e sentem horror em morrer no mar ou serem devorados pelas feras.
Outras culturas e religiões,
nomeadamente o Induísmo, preferem a cremação, sem dúvida a forma mais segura no
aspecto de preservação da saúde pública, e o fogo em muitas culturas está
ligado à ideia de purificação, assim como o fumo que se eleva, poderá dar ideia
de alguma parte do ser que sobe para o além.
A arte funerária do passado,
nomeadamente no Velho Egipto já tentou eternizar a vida embalsamando os corpos.
Depois de tantos séculos, é possível, num museu dos arredores da cidade do
Cairo, ver a múmia do Faraó do tempo de Moisés. É na verdade espantoso, como os
antigos egípcios estavam tão avançados nos seus conhecimentos de química. Mas
afinal… será que conseguiram eternizar a vida? Ou eternizaram a morte?
Já não me lembro onde li a afirmação
de que durante a nossa vida, o nosso corpo morre várias vezes. Talvez seja um
pensamento hindu. Pelo menos é isso que sugere Bhagavad-Guitá 2:13
Todos nós, quando nascemos, éramos um
bebé indefeso, totalmente dependente dos seus pais. Mas, ao fim dum ano, no
lugar do bebé está um menino/a alegre e sorridente… Onde ficou o bebé? Já
desapareceu, deixou de existir. O que é o mesmo que dizer que morreu para
sempre, para em seu lugar ficar um menino que corre alegremente por toda a
casa. Anos mais tarde, também o menino desaparece, para dar lugar a um jovem,
que por sua vez dará lugar ao adulto, depois o velho e por fim este também
acaba por desaparecer e só neste último desaparecimento chamamos de morte.
A ciência médica confirma que com o
passar do tempo, toda a matéria que constituía o nosso corpo do bebé foi
gradualmente substituída por matéria nova, até o cálcio dos seus ossos é outro
diferente. Todas essas substâncias são totalmente substituídas em cada sete ou
dez anos. Mas não nos preocupamos muito com a “morte” do bebé, da criança e do
jovem etc. pois foi gradualmente substituído por um novo ser e, o que é o mais
importante, toda a sua experiência, seus conhecimentos e sua personalidade, o
que poderia ser dito doutra maneira, todos os registos da sua actividade
cerebral (ou a sua alma), foram transferidos para o menino, o jovem o adulto
etc. Anos mais tarde, também o último destes seres desaparece, ou na realidade
também “morre” para sempre, sem desta vez vermos mais nenhuma continuidade.
Segundo nos informa a ciência médica,
o nosso corpo é constituído principalmente por água e substâncias químicas que
se têm de manter em rigorosas percentagens. Quando essas percentagens não estão
correctas, aí temos as várias doenças que nos afectam, como osteoporose devido
a falta de cálcio ou anemia devido a falta de ferro etc.
Mas, será que podemos afirmar que
somos somente essa água e esses compostos químicos que mantêm a nossa vida
orgânica?
Se a água e todos os componentes
estiverem nas percentagens certas e no local correcto, teremos um corpo humano?
O mesmo poderíamos dizer de todos os seres vivos, de
que conhecemos alguma coisa, mas ainda não sabemos o que é propriamente a vida.
Podemos estabelecer um paralelo de
ideias com um bonito rio de águas correntes cristalinas, cheias de vida. A água
faz parte do rio, mas o rio não é a água.
Se quisermos eternizar o rio
construindo uma barragem a montante e outra a jusante, a água deixaria de
correr e em vez do rio, teríamos uma poça de água estagnada e os peixes
acabariam por morrer.
Assim, parece que o corpo de quem
faleceu, irá certamente desaparecer, quer morra afogado no mar alto, quer seja
devorado pelas feras. Mesmo na sepultura, será devorado pelas bactérias que o
irão decompor. Mas afinal, isso sempre aconteceu durante toda a nossa vida, só
que dessa última vez, há uma maior preocupação por dois motivos: Primeiro
porque não vemos surgir nenhum novo ser em substituição do que faleceu. E em segundo lugar, porque não vemos continuidade da sua
actividade cerebral.
6 - Alma
Quem não aceita a existência da alma,
poderá dar outro nome, como actividade cerebral ou memória etc.
Pensei em arranjar uma comparação…
algum exemplo da importância da parte material e da parte que “não se vê”, pois
é o resultado do nosso pensamento.
Afinal…, esse exemplo está mesmo à
minha frente. Nos nossos dias, quase todos têm um computador em suas casas.
Certamente que a grande maioria dos
leitores já teve a experiência de comprar um novo computador.
Durante algum tempo, temos dois, o
“meu computador” e o “computador novo”.
Mas a pouco e pouco,
vamo-nos habituando ao “computador novo”, vamo-nos habituando ao novo teclado,
aos novos programas… até que gradualmente o “computador novo” passa a ser o
“meu computador” e o outro passa a ser designado por “computador velho” que
perdeu todo o interesse e vai para ser desmontado ou, se ainda funcionar, damos
a alguma criança que não tenha computador. Penso que esta comparação tem certa
semelhança com as várias fases da nossa vida, em que o corpo muda,
gradualmente, mas a nossa memória vai-se transferindo e acumulando.
Mas há mais. Quando compramos um
computador novo, mesmo que o vendedor dê a garantia de transferir toda a
informação e todos os programas para o “computador novo”, há sempre um período
de preocupação por alguma informação que se perca.
Quem não estiver dentro ao assunto,
até pode julgar que o mais importante é o que se vê, o equipamento, ou aquilo a
que chamam de “hardware”
e não dão tanto valor ao que chamam de “software” que são os programas para o
computador funcionar. Que o digam os vários profissionais que por vezes têm de
comprar programas especializados que custam muito mais que o equipamento em si.
Muitos não dão valor aos programas, porque eles não se vêem e outros nem sabem
que eles existem e têm todo o direito em não acreditar nesses programas.
Mas mesmo num computador particular,
se ele se avariar, mais vale que a avaria seja no equipamento, pois pode ser
reparado, substituída a peça avariada ou comprar um computador novo. Mas os
registos da informação pessoal do velho computador, não há dinheiro que os
pague, pois não estão à venda. Só conheço uma maneira para evitar de perder
essa informação. É comprar um disco exterior onde se possa guardar um duplicado
de toda a informação pessoal do nosso computador.
Afinal…. Parece que me desviei do
assunto que tencionava abordar, mas já lá vamos.
A parte do equipamento do computador
que é a parte que se vê e muitos julgam que basta isso para o computador
funcionar, comparo ao nosso corpo.
Os programas, sem os
quais o equipamento não funciona, comparo à nossa alma ou espírito, que não se
vê, mas sem isso o corpo não funciona.
Afinal, quem nos pode garantir que o
ser supremo que programou todo o Universo, não terá um registo de toda a nossa
vida e personalidade para que possamos ser “reconstruídos” (para evitar a
palavra ressurreição), quando entender?
Se alguém falecer depois dos 90 anos,
ou talvez ainda novo, mas cheio de problemas de saúde, duvido que se alegre em
ter a vida eterna nessas condições.
Quando os crentes pedem a Deus que
lhes dê muitos mais anos de vida…. Talvez Cristo diga
“…não sabem o que pedem…” como disse em Mateus 20:22 ou Marcos 10:38, embora num contexto
bem diferente. Certamente que a imortalidade sempre com o mesmo corpo de idoso,
que pedimos por puro instinto de sobrevivência será um pedido bem ingénuo. Não
espero ter a desilusão de ressuscitar tal como sou no presente e “viver” a
eternidade com o corpo de velho. As espectativas que Cristo nos deixou são bem
melhores, pois somos incentivados a esperar uma situação bem melhor.
7 – Ressurreição. Como será possível?
Podemos imaginar um grande edifício
com toda a sua complexidade. Antes da sua construção, começou por “existir” em
projecto, na mente do arquitecto e dos engenheiros que o projectaram, até que o
projecto original foi aprovado pela
autarquia e começou a ser construído. Mas surgem problemas, dificuldades e
imprevistos que obrigam a alterações, até que fica concluído e é habitado.
Mas o tempo passa, surgem outros
imprevistos que obrigam a alterações, algumas partes deterioraram-se com o
tempo e têm de ser reconstruídas. Até que os proprietários chegam à conclusão
de que o edifício, depois de tantos anos, está velho e não justifica a
reparação. Então é demolido, e para que volte a “nascer”, se assim o
entenderem, o importante é terem o projecto
inicial.
Parece que o nosso corpo tem o
equivalente a esse “projecto inicial”, pois tem uma certa capacidade de se
regenerar. Uma das formas tradicionais de se identificar o indivíduo é através
das impressões digitais. Mas se uma ferida “apagar” as nossas impressões
digitais, acaba por sarar, não ao acaso, mas precisamente da mesma forma que
tinha. Podemos pensar que há algures um projecto inicial do nosso corpo com
todos os mais ínfimos pormenores.
Então, se esse projecto inicial existe algures, talvez na mente do ser supremo que
está na origem de tudo, a qualquer altura poderá haver a reconstrução do nosso
corpo, de acordo com o projecto inicial
ou possivelmente com alguma coisa aperfeiçoada ou preparada para as novas
condições de “vida” no futuro.
8 – Conclusão sobre a morte
Para terminar, penso
que a morte será o fim da vida, tal como a entendemos, limitada às leis da física,
da química e da biologia, às leis da natureza que conhecemos actualmente.
Ao longo da nossa
vida, tivemos vários corpos. Com qual deles esperamos ressuscitar? Será que o
avô que faleceu irá ressuscitar como terminou a sua vida, para ficar condenado
a ser um velho para toda a eternidade? Ou irá ressuscitar como uma criancinha?
Nesse tipo de ressurreição, não acredito.
Haverá outra forma de
“vida” de acordo com outras leis que ainda desconhecemos. Assim como a mãe e o
bebé à nascença rejeitam a placenta e o cordão umbilical como coisa do passado,
que já cumpriu a sua função, também a outra parte do nosso ser, que muitos
chamam de alma ou espírito, rejeitará instintivamente o corpo físico e
biológico que durante tantos anos já cumpriu a sua função. Mas haverá um outro
corpo que 1ª
Coríntios 15:51/54 afirma ser incorruptível, mas certamente com algumas
semelhanças com o actual.
Temos que nos
conformar com estas informações que é o que temos actualmente.
9 - Julgamento
Há pouca informação sobre o
Julgamento.
Para se falar em Julgamento, que neste
contexto se refere certamente ao “Julgamento Final” ou “Julgamento Universal”,
temos de partir do princípio de que quem faz esta pergunta acredita na vida
eterna ou a vida após a morte.
Duma maneira geral, todas as religiões
falam das consequências, na vida após a morte, do comportamento na presente
vida, desde o Induísmo que nos fala da teoria da reencarnação para uma forma de
vida mais elevada se o comportamento na vida actual for dignificante, assim
como as antigas religiões do Velho Egipto e da Babilónia de onde saiu Abraão.
Embora não falem propriamente de “Julgamento”, apresentam expressões que dão
ideia dum julgamento como o “examinar do coração” e o cumprimento de
determinadas obrigações durante a vida. As religiões abraâmicas também seguem
nessa linha. No Velho Testamento dos judeus a ideia não é muito nítida, pois
aplica-se somente ao povo de Israel com base na sua genealogia.
No Novo Testamento do cristianismo já
há passagens didácticas que nos falam do Julgamento Final e também o Alcorão
tem referências escatológicas sobre o Julgamento.
Quanto a passagens neotestamentárias
sobre o julgamento, aconselho a leitura do nosso artigo Salvação ou Justificação através dos tempos (CC) que trata deste assunto.
As melhores passagens sobre o
Julgamento final, que apresento no mencionado artigo, são de certa maneira evitadas
pelos evangélicos por serem passagens que dão ênfase à salvação pelas obras o
que contraria uma típica doutrina protestante, como é o caso de Mateus 7:15/23, Mateus 16:24/27, Mateus 25:31/46 e Lucas 3:7/8. Podemos concluir
que Paulo dava mais ênfase à fé em Jesus, enquanto o próprio Mestre falava mais
nas obras. O grande problema que irá dividir os homens no Julgamento final
serão as obras. O velho problema da teologia, fé ou obras, já foi abordado no
meu artigo que indiquei a Salvação ou Justificação através dos tempos (CC) .
10 – Conclusão
Bem sei que ficaram ainda muitas
dúvidas por esclarecer, mas estas foram as informações possíveis sobre um assunto
em que pouco se sabe.
Temos de nos conformar com os
conhecimentos que temos, e como o irmão Felício, num comentário que me enviou,
nos alertou para João 14:1/3, vemos que os próprios
apóstolos também estavam confusos e com pouca informação.
Há milénios que este assunto da morte
tem sido objecto de reflexão sem que se tenha chegado a alguma conclusão que
possa ser demonstrada cientificamente, o que não significa que não tenhamos mais
informação sobre a morte. Há aspectos que só podem ser aceites pela fé. Bem sei
que a simples palavra fé, desperta aprovação de alguns e também uma imediata
rejeição de outros. Julgo que devemos distinguir entre a fé ingénua de quem
comete um “suicídio intelectual” para aceitar a cómoda posição heterónoma de
seguir o seu “infalível” ou o “pastor quase infalível” ou algum livro que se
considera inerrante, aceitando tudo sem questionar, e a fé que não prescinde de
toda a nossa capacidade intelectual como meio de aceitar o “mais lógico” ou o
“mais provável” mas que não pode ser demonstrado empiricamente. Sobre o que
entendemos por fé, aconselho o meu artigo com o título de Fé (CC)
Mas penso que há motivos para confiar,
mesmo sem compreender o que nos vai acontecer com a morte.
Há pouco tempo, tive de ser submetido
a uma cirurgia. Apesar de ser uma pequena cirurgia, com anestesia local, claro
que estava um pouco nervoso e preocupado antes de entrar na sala de operações.
Alguns familiares e amigos
telefonaram-me horas antes da operação, mas há um telefonema que quero
mencionar. Já não me lembro bem da conversa, mas perguntou como estava, se
estava calmo e bem disposto… mas não reconheci a voz e perguntei quem era. Ele
respondeu-me: É o Belmiro Parada. Era
o próprio cirurgião que só conheço do seu consultório e do hospital, que
telefonou acabando por me dizer. Então,
logo à tarde já nos encontramos. (Espero que o jovem médico cirurgião Dr.
Belmiro Parada não se importe que mencione o seu nome neste meu artigo). Foi o
telefonema que me deu mais coragem, pois sabia que iria estar nas mãos dum
cirurgião amigo em quem podia confiar. É um caso da vida real que aconteceu
comigo.
Isto faz-nos pensar em João 14:1/3 que na tradução da
TEB está Não se
perturbe o vosso coração; vós credes em Deus, crede também em mim. Na casa de
meu Pai, há muitas moradas. Senão, porventura eu vos teria dito que ia preparar-vos
o lugar onde ficareis? Isto não foi escrito só para teólogos, mas
para leigos como nós.
Quando chegar a hora de cada um de
nós, não digo de Jesus irá telefonar, pois certamente que terá outros meios
mais perfeitos de nos contactar. Talvez seja a esse contacto antes da grande
viagem a que o poeta sufita persa Djalal ud-din Rumi se
refere no seu poema Deus e a morte (YA).
Talvez possamos ouvir a voz de Jesus a
dizer: Tem calma, confia em mim, que está tudo sob meu controle e já te
preparei tudo o que vais necessitar. Até logo quando nos encontrarmos.
Camilo, Marinha Grande, Portugal
Abril de 2008
Actualizado em Agosto de 2013
(a). Neste artigo,
consideramos como:
Morte – O fim da
nossa vida orgânica e actividade cerebral, situação irreversível, por aquilo
que se conhece das leis da natureza.
Ressurreição – A
reconstituição do corpo, depois da morte, com a continuidade da memória e
actividade intelectual.
Reencarnação – A
entrada da alma noutro ser, desde o seu nascimento, sem memória do passado nem
continuidade da actividade cerebral.
(b). Chela
significa deitar, derramar, verter e moiá tanto pode significar ar, vento, espírito, alma
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