GUERRA OU PAZ? (OC)
(Deverá “clicar” nas referências
bíblicas, para ter acesso aos textos)
Era uma vez um povo que, com o
seu chefe à frente do exército, atacou os habitantes duma outra terra.
Foi uma guerra terrível em que
foram destruídas cidades, foram mortos os que nelas habitavam (homens, mulheres
e crianças), e tudo foi saqueado.
Depois, esse povo assaltante
instalou-se na terra conquistada, pois era uma terra rica, fértil,
geograficamente bem situada. Diziam até que manava leite e petróleo... (perdão,
enganei-me, queria dizer leite e mel).
Para praticarem tal
chacina e se apoderarem da terra alheia, exterminando os seus habitantes,
arranjaram a desculpa de que aquela gente era infiel, idólatra, e os seus reis
eram muito maus e por isso deviam ser castigados. Diziam também que o “Deus”
deles, que era o único “Deus” verdadeiro, lhes mandara fazer tudo aquilo e até
lutara com eles na conquista da chamada terra prometida. Assim eles (ou os seus
chefes) achavam que era uma guerra santa, feita em nome de “Deus”, sob seu
comando e protecção.
E isso ficou
escrito nos anais da sua história. Mas quem escreveu? Foi algum historiador
isento? Não. Quem escreveu foram eles próprios, os conquistadores. E quem
escreve, se não for imparcial, escreve segundo o seu ponto de vista e de acordo
com os seus interesses.
Agora pensemos: - Será que o Deus
de Amor, Criador e Senhor de TODA a Humanidade, Aquele que ordena «Não matarás!», é o mesmo que
ordena a guerra, manda destruir cidades e matar populações inocentes?
Será que Deus é um “Deus” de
guerra ou o Deus da Paz?
Será que Deus é um “Deus” cruel,
violento, sanguinário, imperialista, capaz de cometer ou ordenar que se cometam
actos selvagens de horror e vandalismo?
Vejamos algumas
citações exemplares:
“Porém a
cidade e tudo o que havia nela queimaram a fogo...”.
“E
sucedeu que, acabando os israelitas de matar todos os moradores de Ai no campo,
no deserto onde os tinham seguido, e havendo todos caído ao fio da espada, até
todos serem consumidos, todo o Israel se tornou a Ai, e a puseram a fio de
espada. E todos os que caíram naquele dia, assim homens como mulheres, foram
doze mil, todos moradores de Ai... queimou pois Josué a Ai e a tornou num
montão perpétuo, em assolamento, até ao dia de hoje. E o rei de Ai enforcou num
madeiro...”.
“Então Josué, e todo o Israel com ele, tornou
a Debir e pelejou contra ela. E tomou-a com o seu
rei, e a todas as suas cidades, e as feriram a fio de espada, e a toda a alma
que nelas havia destruíram totalmente; nada deixou de resto; como fizera a
Hebrom, assim fez a Debir e ao seu rei, e como fizera
a Libna e ao seu rei. Assim feriu Josué toda aquela
terra, as montanhas, o sul e as campinas, e as descidas das águas, e a todos os
seus reis. Nada deixou de resto, mas tudo o que tinha fôlego destruiu, como
ordenara o Senhor Deus de Israel... porquanto o Senhor
Deus de Israel pelejava por Israel”
Livro de Josué, in
«Profetas», Bíblia Hebraica ( Cf. «Concordância
Bíblica»)
Somos cristãos? Então pensemos:
Jesus, o Cristo,
Deus connosco humanizado, ordenou a guerra ou condenou a guerra?
Não era, Ele
próprio, o “Príncipe da paz”?
Ele veio trazer “paz aos homens”.
Ele disse aos seus
companheiros: “Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos
dou, não vo-la dou como o mundo a dá, não se turbe o vosso coração nem se
atemorize”.
Ele ensinou: “ Se o teu inimigo tiver fome dá-lhe de comer... se te baterem
na face direita oferece também a outra...”
Ele passou a vida a
espalhar amor, ajudando os tristes, curando os enfermos, recebendo e aceitando
os discriminados, integrando e convivendo com os marginalizados, compreendendo
os incompreendidos, libertando os oprimidos, sarando os quebrantados de
coração, levando a boa nova aos pobres, ao mesmo tempo que condenava os
prepotentes e os hipócritas...
Foi Ele, Jesus de Nazareth, quem disse, uma vez, num monte, aos que o
seguiam: “Felizes os que procuram a paz porque Deus
lhes chamará seus filhos”.
Sim, ditosos os
pacificadores, aqueles que promovem a paz e tudo fazem para evitar a guerra
entre os povos. Aliás, a guerra é, geralmente feita, não pelos povos mas pelos
seus chefes políticos e militares. O povo não faz a guerra, o povo sofre a
guerra!
E nós, de que lado
estamos?
Se somos cristãos,
somos a favor da guerra ou a favor da paz?
16 Fevereiro 2003
Estudos bíblicos sem fronteiras
teológicas