Dízimo à luz da Bíblia (OF)
(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)
Dízimo:
Hebraico: ma´aser – esse termo tem origem no numeral dez ‘eser
(Asar), ‘asarah,;
Grego:`Dekate´.
Há duas citações apenas do dízimo
antes de se tornar parte da lei mosaica, ambas na dispensação dos patriarcas,
embora alguns digam que se dizimava antes disto (Adão-Abel-Enoque) esta afirmação não é bíblica.
A primeira citação do dízimo
ocorre em Géneses
14:20 “E bendito seja o
Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abraão deu-lhe o
dízimo de tudo” onde Abraão deu o dízimo de todo o despojo que
retirou das nações confederadas que haviam seqüestrado
seu sobrinho Ló ao sacerdote Melquizedeque que lhe
veio ao encontro com vinho e pão.
Na segunda ocorrência fala de
Jacó fugindo do seu irmão Isaú por causa da usurpação
do direito de primogenitura, ao chegar em Betel tem um sonho onde vê uma escada
com anjos de Deus subindo e descendo e o próprio Deus encima dela lhe faz
promessas confirmando as promessas feitas aos seus pais então, unge a pedra que
lhe servira de travesseiro e pôs por coluna, denomina aquele lugar Betel (casa de Deus), antes se chamava Luz.
Nesta ocasião Jacó faz um voto condicional contendo seis pedidos; “Fez também Jacó
um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou
seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir, de modo que eu volte
em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, então esta pedra que
tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres,
certamente te darei o dízimo”
Génesis 28:20/22.
Obs. Não é este tipo de dízimo
que querem de nós hoje, aliás Abraão sequer seria tido como um “dizimista fiel”
como chamam hoje aos dizimistas, pois Abraão desde
que conheceu a Deus em Ur dos Caldeus nunca havia dizimado; nunca dizimou dos
seus bens pessoais (Abraão era muito rico em
gado, em prata e em ouro Génesis 13:2) e
sim apenas dos despojos daquela guerra em particular (despojos = saques, espólio de guerra, tudo o que era tomado em guerra
e que tinha valor); não há registro bíblico que tenha dizimado depois
disto, nem que tenha se encontrado com Melquizedeque
novamente para que pudesse faze-lo. Dizem que temos que dar o dízimo para
sermos abençoados, observe que Abraão não foi abençoado por dar o dízimo e sim
antes, “Ora,
Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus
Altíssimo; e abençoou a Abraão, dizendo: bendito seja Abraão pelo Deus
Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que
entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo”.
Génesis 14:18/20. A benção não
foi conseqüência do dízimo.
Abraão deu sem ninguém lhe pedir,
hoje usam cultos completos só para este fim
Abraão deu o dízimo apenas de uma
bênção específica e não de todos seus rendimentos
Abraão deu uma única vez. Se
agirmos assim seremos considerados dizimistas?
Se Abraão não tivesse dado não
pecaria em nada, não haveria represálias pois não havia ainda a lei para o
constranger e sem lei não há transgressão Romanos 4:15.
Hoje nos dizem que o dízimo é voluntário como foi o de Abraão, mas quem não dizima
é discriminado, perseguido, evitado como um leproso, não lhe é dada nenhuma
atividade na igreja, é criticado, censurado, exposto a vergonha e
constrangimento, ofendido verbalmente (xingado de ladrão), ameaçado com
maldições previstas na lei, etc. Sim, com certeza não é o tipo de dízimo que
Abraão deu que cobram de nós hoje! Não é também o tipo de dízimo que Jacó deu
que querem de nós, pois a exemplo de seu avô, não era cobrado ou pedido, não
era do que ele já tinha, não era mensal, não seria dado agora e sim muito tempo
depois quando estivesse casado (duas vezes), com filhos, com muita riqueza e
estivesse voltando pra casa, aliás, nem dízimo era, era apenas um voto
condicional (se = conjunção
condicional = caso; exprime
hipótese, condição) como o texto mesmo diz, se não fizesse o voto nenhuma
obrigação teria, nem represálias Eclesiastes 5:4,
isto também não fazia de Jacó um “dizimista fiel”
como querem hoje.
Afirmam que cobram o dízimo com
base anterior á Lei, mas citam Malaquias 3:10 que é
da Lei (último livro do antigo
testamento). Já viu alguém citar Génesis 14:20 para
requerer o dízimo? E Génesis 28:20/22?
Quer exigir o dízimo porque é a anterior á lei? Exija também a circuncisão pois
também é anterior á lei. Génesis17:14
Mesmo que (quem dera) fosse o
dízimo que querem hoje como o dízimo anterior á Lei, não valeria para os que
estão na graça, pois vivemos num tempo regido por
outro sistema, outra promessa, outro juramento que é o Dom gratuito de Deus diferente dos que viveram sob a ofensa (pecado de Adão) sem redentor. Veja: Porque a lei
constitui sumo sacerdotes a homens que têm fraquezas, mas a palavra do
juramento, que veio depois da lei,
constitui ao Filho, para sempre aperfeiçoado. Hebreus 7:28 e mais, Mas não é assim o Dom gratuito como a
ofensa; porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de
Deus, e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, abundou para com muitos
Romanos 5:15.
Devemos lembrar que não somos regidos pela gestão anterior á lei e sim pela
posterior, á saber, a graça que só veio com Jesus Cristo na chamada “plenitude
dos tempos” Gálatas 4:4/5
Quanto a Isaque, filho de Abraão,
não há registro bíblico que tenha pago o dízimo em tempo algum.
Entrou a dispensação da Lei, o
que era voluntário passou então a ser absorvido pela Lei Judaica, o
dízimo que era espontâneo passou a ser
exigência de Deus, contribuição exigida pelo próprio Deus através de seu
legislador Moisés. Levítico 27:30 Não
era um pedido nem era voluntário nem
sequer pela fé e sim pela ordenança trazendo, como toda a desobediência á lei,
condenações várias para quem não pagasse, coisa que não acontecia com os
patriarcas porque a obrigatoriedade não
é para os justo mas para os transgressores 1ª Timóteo 1:9. O dízimo passou a ser uma forma de imposto nacional
israelita para o sustento dos Levitas, que não poderiam ter bens propriedades
nem herança. Números
18:24.
Obs. Os recolhedores de dízimos
hodiernos não querem nem ouvir falar em não ter propriedades.
Destes dízimos seria tirada uma oferta
alçada que seria “o dízimo dos dízimos” que seria dado á Arão o sacerdote. Números 18:28 O
resto (neste tempo) ficava nas mãos de todos os levitas Números 18:30. Hoje apenas um punhado de “levitas”
usufrui desta gordura. (Coloquei “levitas” entre aspas porque não mais existem
levitas desta ordem).
O dízimo era algo anual, por ser
fruto do campo Deuteronómio 14:22
Verdadeiramente Deus não muda em
sua essência, mas sua forma de lidar com os homens é adequada periodicamente
segundo sua própria sabedoria, o que era para os levitas passou a ser consumido
também pelo povo contribuinte numa grande festa, o que era anual, passou a ser
de três em três anos, o que era apenas para o sustendo da tenda e dos levitas,
passou a ser também para os órfãos, os pobres, os estrangeiros, Deuteronómio
14:23/29
Os Israelitas de então
compreenderem o sentido e o alcance da ordem de “comer as oferendas no lugar
indicado por Deus” somente uma parte delas seria “comida” e em “sacrifício”,
significando-as em sua totalidade, para a santificação. “Comeriam-nas”
o ofertante e sua família, o sacerdote e, com a queima de algumas partes delas,
“o próprio Deus” (Levítico 3,5,16 etc.) Agora é o próprio Jesus Ressuscitado, o
Filho de Deus Vivo, o Santo de Deus, que alimenta o Seu Próprio Corpo,
unificando-O e santificando-O: É São Paulo quem
esclarece com maior objetividade o sentido da manducação (ato de comer) das
oferendas, quando afirma em 1ª Coríntios
10:17/18 .
Inaugurou-se então “o ano dos
dízimos” com maiores detalhes legais que obrigariam estes transgressores
da lei do amor a fazerem uma melhor distribuição de renda entre as pessoas;
Deuteronómio 26:12.
Em 1º Samuel capítulo 8, o povo
pede um rei rejeitando á Samuel e por conseqüência
rejeitando á Deus, então Samuel, que era profeta e sacerdote profetiza acerca
deste rei, entre muitas atrocidades e perversões, ele cobraria dízimos do povo
para dar aos seus criados e eunucos.
Veja em 1º Samuel 8:10/19
O rei Salomão instituiu o dízimo
como um dos impostos para sustentar seu aparato oficial. Não é este tipo de rei,
fruto da rejeição de Deus que queremos para nós hoje. Desde que reis começaram
a dominar o povo de Israel, o povo passou a viver de altos e baixos,
periodicamente surgia um bom rei e o povo era abençoado, e quando surgia um mau
rei o povo se dispersava, se distanciava de Deus e parava de cumprir a lei de
Moisés.
Acaz tinha vinte anos quando começou a reinar
e reinou por 16 anos em Jerusalém sendo um rei ímpio sendo afligidos pelo
Senhor através dos sírios 2º Crónicas 28.
Nesta época todo o Israel deixou de cumprir a lei inclusive de dizimar, mas
depois dele veio o rei Ezequias 2º Crónicas 29, 2º Crónicas 30 e 2º Crónicas 31, que
mandou purificar o templo e restabelece o culto de Deus. O povo então volta a
observar a lei e trazem com prazer muitos mantimentos em forma de dízimo e o
justo rei divide tudo conforme a lei a todos. Neste tempo mandou Ezequias que
fossem construídas câmaras na casa do Senhor para fielmente guardar o que
sobejasse, 2º Crónicas
31:11/12
No tempo de Neemias, o dízimo dos
dízimos que era para Arão, passou a ser depositado nestas câmaras. Neemias 10:38. Neste tempo (de Neemias) também houve
outro grande avivamento e retorno a obediência á lei pelo exemplo de fidelidade
e prontidão em atender o povo dada pelos levitas. Neemias
12:44
Obs. Há alguns espertinhos que
querem confundir dízimos com primícias para ampliar o conceito do que é dízimo.
Sugerem um conveniente mesclado entre primícias e dízimos, porém veja a
diferença em Deuteronómio
26:1/11 primícias, e Deuteronómio
26:12/14 dízimos.
Havia ordem
rigorosa para que este grande volume de mercadorias fosse repartido por todos
com justiça, para os levitas, para os cantores, até para os porteiros, tirava-se
uma oferta para os sacerdotes Neemias 13:5.
Porém, não muito depois, no tempo de Amós o povo já havia se corrompido
novamente. As ameaças são preditas pelo profeta nos capítulos 1- 3- 4- 5- 6-7 e
8 e no capítulo 9 promessas de restauração. (Leia-os todos para que não se diga que são textos isolados.)
Neste tempo o povo mais uma vez
havia caído no formalismo religioso, um falso avivamento. Os dízimos que
deveriam ser pagos de três em três anos eram trazidos para Betel
e Gilgal de três em três dias, todas as manhãs eram
trazidos os sacrifícios obrigatórios e até voluntários. No entanto eram
condenados pelo Senhor, pois além de sacrificarem aos deuses, quando faziam
estas coisas tinham prazer em publica-las e não havia separação de parte para
os pobres, os necessitados não tinham assistência, enquanto eles engordavam
como “vacas de Basã” (eram os mais lindos e bem
tratados animais que havia). Apesar de tantos dízimos, Deus lhes daria “limpeza
de dentes” ou seja, falta do que comer, falta de pão. Em vez de abrir as
janelas do céu, reteria a chuva de maneira que em uma cidade choveria e em
outra não. Estes assíduos dizimistas sairiam de uma
cidade á outra procurando melhor condição de vida. Veja ao menos Amós 4:4/6
Malaquias (por ser este livro da
lei o preferido dos arrecadadores de dízimos, que isolam o capítulo 3 e verso 10
de seu contexto, farei uma exegese mais pontual) traz então um novo chamado
para reconciliação, clamor este dirigido aos sacerdotes e não ao povo que
apenas refletia o desprezo dos sacerdotes. Malaquias
1:6b …diz
o Senhor dos exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E
vós dizeis: Em que temos nós desprezado o teu nome? pois trazendo o povo os dízimos, era oferecido por eles á
Deus só o resto, só o coxo e o enfermo, ficando para si todo a melhor parte (vr.8)
Deus não tinha prazer nos
sacerdotes vr. 10
Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor.. Estes sacerdotes roubavam para oferecer
ao Senhor vr.13 E
tendes trazido o que foi roubado, e o coxo e o
doente... sendo amaldiçoados pelo Senhor vr.14.
No Capítulo 2, Deus reafirma que
esta mensagem de Malaquias é para os sacerdotes, representantes do povo, hoje
os pastores querem redirecionar esta mensagem para o povo. Porque não tomam
para si? Seria mais bíblico. Malaquias 2:1 Agora, ó
sacerdotes, este mandamento e para vós.
Por causa destes, as festas
(cultos) não eram aceitas (vr.3). Que situação difícil estava o povo, a lei da
verdade que era esperada para orientar, não mais havia, pois os sacerdotes
estavam desviados dos caminhos do Senhor induzindo todos ao erro. Malaquias 2:7/11. Faziam preferências, quem mais
agradasse os sacerdotes mais eram honrados. Tem percebido algo assim nos dias
atuais? Por isto Deus os fez desprezíveis diante de todo o povo vr. 9.
O povo então, sem lei, sem
justiça, roubado por seus próprios líderes, se afastou mais uma vez da lei,
fazendo casamento com povos pagãos e assimilando cultos destes povos
vr.11.
No capítulo 3 Deus anuncia o
Messias precedido por João Batista, que para os sacerdotes não seria algo
prazeroso de se esperar pois ele viria como o “sabão dos lavandeiros” pondo
tudo á limpo como realmente aconteceu, os sacerdotes foram todos
desqualificados pelo Messias. Por favor, leia Mateus 23, versículo
isolado diz-se o que quiser.
Em Malaquias 3:5/10,
no verso 5 Deus promete ser nosso juiz quando o Messias vier e julgar com
rapidez os que enganam, tomam o salário do trabalhador (defraudam o jornaleiro)
não acodem a desamparada (que tem direito ao socorro), o órfão, e até o de fora
que precisa de ajuda (o estrangeiro) sem nenhum temor ao Senhor que é vingador
de todas estas coisas. Deus só não os destruiria por causa do seu poderoso
Nome, como vemos no vr. 6. Não é que Deus não muda em
relação á lei ou ao dízimo, pois isto já mudou, Ele não mudaria sua promessa
feita á Davi, pois não é homem para que minta, nem filho do homem para que se
arrependa. 2º Reis 8:19.
Deus avisa aos sacerdotes que
eles se desviaram dos seus estatutos, e que deveriam devolver tudo o que
roubavam do senhor, porem eles não admitiam suas culpas vr.7 e 8, muito
diferente de Zaqueu o publicano que reconheceu muito antes de ser acusado Lucas 19:8.
As câmaras feitas pelo rei
Ezequias estavam vazias, os sacerdotes haviam roubado tudo. O povo não tinha
confiança para continuar trazendo, a casa de Deus estava abandonada, os pobres
desamparados, as viúvas ao leu, e o estrangeiro sem socorro, Deus insiste dando
nova oportunidade. Vr. 10. “Casa do tesouro” eram as câmaras de Ezequias e “abrir janelas do
céu”, “derramar bênção que dela advenha abastança” significa, fazer com que
chova em suas plantações, suas lavouras sejam fartas e tenham novamente
mantimento para atender os levitas, os órfãos, os estrangeiros carentes, e as
viúvas que não tinham sustento. O dízimo não era para construir igrejas, pois
só havia um único templo, tampouco era dado em espécie (prata-ouro-moedas), deveria ser levado em mercadoria até o
templo. Se não fosse possível por ser longe o caminho, venderia e indo até o
lugar determinado as compraria novamente. Deuteronómio
14:24/25
Malaquias 3:10 é o
preferido deles para arrecadar verbas mesmo sendo um livro da lei. Isto ninguém nega. Por favor, não se prenda a este
versículo apenas, ignorando o seu contexto, (como eles fazem) leia o livro
todo, é tão pequeno, versículo isolado não prova nada, pode servir de “base”
insólita para mal intencionados.
Jesus veio para cumprir a lei,
nasceu sob a lei, só depois de cumpri-la poderia tirá-la e estabelecer outra, a
saber, a graça, Mateus 5:17 Isto
aconteceria por ocasião da sua morte onde diria “está consumado”, o véu do
templo que separava o lugar santo do lugar santíssimo e que necessitava da
pessoa do sacerdote para interceder pelo povo, se rasgou totalmente,
desautorizando o sacerdócio da lei, valendo aqui as palavras de Hebreus 10:9
Foi tirada a lei, o império do pecado e da morte, e estabelecida a graça
acessível a todo o que crer sem as obras da lei.
Antes que implantasse a graça que
regeria a sua igreja, ele tinha que recomendar a lei, como por exemplo, no caso
de Mateus 8:4
e também em Lucas 17:14.
Claro que não faríamos isto hoje, mesmo sendo recomendado pelo próprio Senhor
Jesus em pleno Novo Testamento. Ocorre o mesmo em Mateus 23:23 como
veremos a seguir.
Em Mateus 23:23 Jesus
repete este comportamento quando censura a hipocrisia dos escribas e fariseus
que roubando a Deus na justa interpretação da lei, traziam apenas (como em Malaquias) o dízimo de coisas
insignificantes, desprezando o pobre, a viúva, a justiça, a misericórdia e a
fé, achando eles que estavam bem com Deus. Jesus lhes diz que se quiserem se
justificar na lei, deveriam faze-la direito, de maneira completa, com dízimos
que honrassem a Deus e sem deixarem a justiça, a misericórdia e a fé de lado. Como nos exemplos acima, Jesus
recomenda que fizessem estas coisas a justiça, a misericórdia e a fé, que era a parte mais
importante da lei sem omitir aquelas, o dízimo. Nós não queremos nos justificar na lei, o próprio
Jesus afirma serem estas coisas da lei. Deve o estudioso da Bíblia observar que
o capítulo 23 de Mateus, é quase inteiro destinado á censura e juízo para os
escribas e fariseus, trazendo mais de
sete “Ais” inclusive no versículo 23 em apreço, e não é aconselhamento para
seus discípulos.
Em outra ocasião vemos outro
“dizimista” que, alias, também chamava o que não dizimava de ladrão, ser
desaprovado e um não-dizimista ser aceito pelo
Senhor, mostrando que o dízimo e seu séquito haviam chegado ao fim, Lucas 18:10/14. Você
é como o fariseu, ou como o publicano?
O legalismo leva ao fanatismo, é muito comum se vêr pobres
vítimas de ensino errado sobre o dízimo deixarem seus pais desamparados, mas
não deixarem de trazer fielmente seus dízimos para sua igreja mudando assim a
lei de Deus de honrar seu pai e sua mãe. Mateus 15:1/9
Nem sempre estar de bem com os homens é estar bem com Deus. Saulo era um dos
mais brilhantes e admirados homens do sinédrio, mas não estava bem com Deus. Pedro
era amigo dos crentes gentios, mas quando chegavam os irmãos judeus da sede ele
se afastava sorrateiramente para ficar bem com eles, não andava retamente
conforme a verdade do evangelho Gálatas 2:12. Veja
também Actos 5:29.
Finalmente o escritor ao Hebreus
ratifica que o dízimo embora mencionado duas vezes antes ser incorporado pela
lei, é propriedade da lei dizendo: Hebreus 7:5. Muitos são os que, na ânsia de
justificar tão lucrativa arrecadação, arrancam o verso 8 de Hebreus de seu
contexto e distorcem fazendo sofismas, vejamos em Hebreus 7:8.
Dos versos 1 até o vr 7 Hebreus 7:1/7
fala sobre Levi e Melquisedeque, neste verso quando diz “aqui” diz sobre o
sacerdócio levítico, e quando diz “ali” se refere a Melquizedeque,
que era da mesma ordem sacerdotal de Cristo mas não era Cristo, não morreu por
nós, não deixou doutrina para a Igreja, isto é questão gramatical.
Encerrando, não
há em nenhum lugar no Novo Testamento obrigatoriedade de se pagar dízimos. Confira e veja
que nenhum escritor sacro deu tal ensino. Vivemos na graça dada por Jesus
Cristo não na lei nem antes da lei, no sistema patriarcal. Na verdade Deus, na
sua infinita sabedoria, deixou mandamentos que providenciam fundos para sua
obra na terra e até sua finalidade, está em 2ª Coríntios 9
aconselho a ler com atenção o capítulo inteiro várias vezes, com especial
ênfase nos versículos 7 e 12 2ª Coríntios 9
Obs. Quando fazem uso da frase
genérica “sustento da obra” não prevêem as necessidades dos santos na
participação do dízimo.
Não
deixe de contribuir, avareza é pecado. Colossenses 3:5
Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras
da lei Romanos 3:28. Somos salvos
pelo sangue de Cristo, que é poderosamente suficiente para nos salvar. Nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo. Romanos 8:1 Portanto, agora
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Efésios 2:8 Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus.
O suprimento cotidiano do Crente
vem de ofertar com amor e buscar o reino de Deus e sua justiça, e não do dízimo
que é uma ortodoxia morta.
Veja o que está em Mateus 6:25/33
(Se não concordou, não me
deteste, conteste-me com argumentos bíblicos, terei prazer em te ouvir).
Sinta-se
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Estudos bíblicos sem fronteiras teológicas
COMENTÁRIOS RECEBIDOS
Pastor Orlando Caetano
Parabéns,
Camilo, por mais estes dois excelentes artigos: o primeiro sobre as
preocupações e acções sociais do cristão, o segundo sobre o legalismo
dizimista. Destaco esta frase por a achar lapidar: “...dízimo que é uma
ortodoxia morta.”.
Leonardo Bueno – lembueno@hotmail.com - Leigo brasileiro,
presbiteriano, batizado em 2001, interessado em teologia.
Camilo - Fico
feliz em um membro da AD possuir opinião diversa do seu corpo eclesiástico.
Isso é bom para que não fique apenas uma meia dúzia de hostilizados (como eu)
que não concorda com a teoria majoritária do dízimo.
Grato
e muito por divulgar o artigo de um brasileiro que se junta a tantos outros.
Att. Leonardo
Carlos Albino – caa.albino@gmail.com - Crente indenominacional de São João da Boa Vista – São Paulo –
Brasil. É crente desde 1991.
Olá irmão Camilo
Louvo à Deus por iluminar o irmão
Osni para estes textos maravilhosos, em especial o
texto “Dai-lhes, vós mesmos de comer”.
Impactou bastante minha vida e
louvo à Deus, mais uma vez, pela abertura que você dá em sua página, para
publicação desses artigos.