Quem é brasileiro?
(DO)
(Deverá “clicar” nas referências, para
ter acesso aos textos)
Para ter uma idéia
mais precisa sobre o povo brasileiro, nível cultural, sócio-econômico,
definição da sua raça, etc. Alguém saiu “in loco”, a todas as regiões do
território nacional. No final da jornada, esse alguém chegou à conclusão de que
não encontrara o que buscava: “o brasileiro”.
O Brasil, na verdade não
existe. O que se tem por aqui, é um “mundo” de
refugiados da fome e das guerras que aconteceram no globo em várias épocas,
principalmente do fim do século X1X a meados do século XX. No passado remoto,
não se sabe de onde, surgiram esses seres estranhos chamados de “índios”. Mas
temos modelos mais atuais de humanos, tais como: portugueses, africanos,
italianos, japoneses, alemães, libaneses, sírios, ciganos etc. essa é mais ou
menos a ordem cronológica das raças e suas chegadas. É claro que ainda faltam
centenas de povos, mas aqueles estão em maior número entre nós (creio). o que somos hoje, senão a descendência de todos os
povos!
Podemos, sem medo de errar, conceituar o
brasileiro como sendo pessoas nuas que perambulam pela selva; com flechas a
matar onças e macacos. Mas é também o industrial empresário que vai para o
escritório de helicóptero, em São Paulo ou no Rio de Janeiro. São pessoas que
passam fome no nordeste (nem todas), e pessoas que dirigem suas “Ferrari” nas
grandes cidades. É o negro de várias tonalidades e o branquelo
de olhos azuis. O ateu convicto e o religioso fanático. O culto e o ignorante a
disputar espaço na mesma calçada. O fino e o grotesco, o gentil e o mau
educado, o justo e o crápula, o misericordioso e o bandido implacável; o
bárbaro e o grego.
Se desejo conversar com um japonês (em
português, é claro), não preciso contornar o mundo; é somente visitar o meu
amigo Koji Eto. Desejo me
encontrar com um português? Não preciso pular a grande poça! É somente ir à
padaria do Sr. Manoel. Um libanês? O meu amigo Jamal.
Um alemão? O Frans. Só alemães,
então vou à Santa Catarina. Japonês? No Paraná ou São Paulo. Índio? No
Amazonas. Negro? Uberlândia. Italiano, Coreano? São Paulo. E o brasileiro? Onde
está? São todos e não é ninguém! É filho de quem? Neto de quem? Bisneto de
quem? São descendentes de quem? Cão, Sem ou Jafé?
Exceto neve e terremoto, temos de tudo
por aqui mesmo. Não preciso procurar em outros lugares; temos de tudo um pouco;
do bom e do ruim, tal como em qualquer lugar do mundo. Temos uma população
estimada em 183 milhões de pessoas (www.ibge.gov.br),
boas e ruins. Somos 73,8% de católicos (135 milhões), 15,4% de evangélicos
(28,1 milhões), 7,3% sem religião (13,35 milhões), espíritas 1,38% (2,52
milhões), religiões afro brasileiras 0,34% (620 mil) e
o resto fica por conta da umbanda, candomblé, budismo, e outras.
Que diremos do
“brasileiro”? Que gosta de futebol? Não é bem isso. 95% das
mulheres e pelo menos 15% dos homens, não gosta ou não liga para o futebol;
isso significa que pelo menos 60% de toda população (110 milhões), não gosta de
futebol! Que gosta de carnaval? Não é bem isso. Vejo nesse feriado, a maioria
das pessoas (mais ou menos 80%) a se refugiar pelo interior, fazendas, praias,
congressos, encontros religiosos, e vários outros programas que não seja o de
ficar a pular e pular! Que é analfabeto? Não creio. Nunca se viu tantas
faculdades espalhadas pelas cidades! Tantas escolas particulares e públicas! Na
época escolar, o trânsito fica “empanturrado” de carros pelas ruas a levar
crianças para a escola. O item educação é o que mais pesa no bolso dos pais. O
governo é obrigado por lei, a oferecer vagas para todas as crianças em suas
escolas. Que é preguiçoso? Acho que não. É o lugar onde se paga menos e se
trabalha mais! O trabalhador é muito explorado por aqui. Que é passivo? Acho
que não. Já colocamos um presidente na rua (com movimentos populares), e
colocamos lá, um retirante da fome, inculto e da esquerda! Derrubamos a
ditadura militar e fizemos uma nova constituição! Mas existe um vírus em
Brasília e nos palácios dos Estados e municípios, que nos mata aos poucos. A
corrupção dos políticos! É o nosso maior desafio.
David de Oliveira
Goiânia, Brasil
Fevereiro de 2005
Estudos
bíblicos sem fronteiras teológicas